1- RNAs não codificantes e treinamento físico nos sistemas cardiovascular e muscular esquelético
O treinamento físico (TF) é conhecido pela sua capacidade de atenuar os efeitos deletérios das doenças cardiovasculares (DCVs), a principal causa de morte em todo o mundo. Apesar dos benefícios do TF, as complexidades de seus mecanismos moleculares subjacentes permanecem amplamente desconhecidas. Os RNAs não codificantes (ncRNAs) foram reconhecidos como uma importante rede reguladora que governa a expressão gênica em vários processos fisiológicos e apareceram como moduladores essenciais em uma miríade de processos cardiovasculares em condições fisiológicas e patológicas. No entanto, pouco se sabe sobre a expressão e o papel do ncRNA em resposta ao TF. Revelar os componentes moleculares e os mecanismos da ligação entre o exercício e os resultados de saúde irá catalisar descobertas de novos biomarcadores e alvos terapêuticos. Portanto, a linha de pesquisa busca a compreensão do papel dos ncRNAs nas adaptações induzidas pelo TF focadas no sistema cardiovascular e muscular esquelético e seu potencial papel em aplicações clínicas para DCVs.
2- Cardio-oncologia e treinamento físico nos sistemas cardiovascular e muscular esquelético
As doenças cardiovasculares (DCVs) seguidas pelos cânceres são as principais causas de morte no mundo; reconhecidas por serem doenças complexas e de causa multifatorial, e que apresentam uma interação e fatores de risco em comum. Nas últimas décadas, a cardio-oncologia tem se voltado para prevenção e tratamento de DCVs em pacientes sobreviventes do câncer, como resultado da cardiotoxicidade de agentes antineoplásicos. Por outro lado, há um crescente corpo de evidências epidemiológicas demonstrando que DCVs são fatores pró-oncogênicos, uma vez que pacientes com DCVs apresentam maior incidência de câncer comparado com populações saudáveis. É possível que a relação bidirecional das doenças possa potencializar os danos cardíacos e periféricos, entretanto pouco se sabe sobre a associação das mesmas e os mecanismos relacionados com esse fenômeno. O treinamento físico (TF) vem sendo utilizado como uma importante terapia não farmacológica para aliviar os sintomas, melhorar a tolerância ao exercício, à qualidade de vida e reduzir a hospitalização de pacientes com DCVs e câncer. Contudo, os efeitos do TF sobre as repercussões cardíacas e muscular esquelética na associação das DCVs com o câncer são desconhecidas. Assim, o objetivo da presente linha de pesquisa é investigar a associação entre as DCVs e o câncer nas alterações fenotípicas cardíacas e muscular esquelética e verificar o papel terapêutico do TF sobre a cardiomiopatia e miopatia esquelética e a incapacidade funcional induzida pela relação bidirecional entre as doenças.
