Gestão de Patrocínio em Organizações Esportivas

No atual cenário do esporte no Brasil e no mundo, a receita dos clubes e instituições esportivas é baseada, em sua maioria, pelo investimento de patrocinadores. No caso do voleibol, isso não é diferente. Em média, no Brasil, as equipes da modalidade possuem 90% de sua receita advinda de patrocínios.

Diante desse contexto, Pedro Lucas Leite Parolini, sob orientação do Prof. Dr. Ary José Rocco Jr., desenvolveu uma pesquisa que investiga como são negociados e gerenciados os patrocínios em equipes femininas da Superliga A de Vôlei. A partir disso, elaborou um modelo de gestão de patrocínio para essas equipes, com objetivo de contribuir para uma maior eficácia e eficiência dessa ferramenta.

Destaques Individuais da Superliga de Vôlei Feminino [Reprodução/SporTV2]

A pesquisa: método e resultado

O pesquisador realizou  um estudo de caráter quantitativo e qualitativo junto a equipes e consumidores. Na etapa qualitativa, cinco gestores de equipes foram entrevistados. A partir disso, foi possível  fazer um diagnóstico sobre a gestão de patrocínio na modalidade. Na etapa quantitativa, realizada por meio do levantamento de dados através de um questionário, recolheu avaliações de 324 consumidores de voleibol, para saber as suas percepções em relação ao patrocínio das equipes.

O resultado do estudo mostrou que esse setor nas equipes necessita de uma estruturação. Não há departamentos de marketing bem estabelecidos, sendo que em algumas equipes os funcionários dividem função em outros setores. Além disso, não existe um padrão entre os clubes, ou seja, cada equipe realiza a gestão de uma forma diferente e em contextos distintos. Os gestores reconhecem que não conseguem explorar o mercado de patrocínio em sua plenitude, e, ao mesmo tempo, entendem a importância de possuir uma ferramenta que os auxilie nessa gestão. 

Confederação Brasileira de Vôlei anunciando renovação com Riachuelo para fornecimento de material esportivo [Divulgação/CBV]

Diante desse contexto, o pesquisador elaborou o Modelo de Gestão de Patrocínio de Voleibol (MGPV), com contribuições para a área do marketing esportivo e gestão de patrocínios. O modelo apresenta as principais etapas que o gestor deve percorrer durante o processo de gestão de patrocínio. Esse modelo é dividido em duas grandes fases, a interna (autoconhecimento) e a externa (relacionamento) e dentro dessas fases existem etapas que se correlacionam entre si e devem ser seguidas para que haja maior assertividade no patrocínio esportivo. 

O estudo, de natureza aplicada, traz contribuições valiosas para o mercado esportivo, mais precisamente no que diz respeito ao patrocínio.  A primeira delas é em relação à discussão e atualização do tema, principalmente na visão do patrocinado, ou seja, a visão das equipes que captam esse recurso. A segunda contribuição está no campo prático, que consiste na possibilidade de utilização dessa ferramenta pelos clubes para uma maior profissionalização da gestão de patrocínio. “O produto final da tese foi a proposta desse modelo que contribuirá para a atuação profissional dos gestores”, explica Parolini.

“Entende-se que esse modelo pode se tornar uma primeira versão de um modelo de gestão de patrocínio do esporte no Brasil, uma vez que ele pode ser adaptado e utilizado para diversas modalidades esportivas”, projeta o pesquisador.

A tese de doutorado “Gestão de patrocínio em organizações esportivas: proposta de modelo para equipes de voleibol feminino” pode ser acessada no Banco de Teses da USP por meio do link: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-05102023-104500/pt-br.php

 

Por Diogo Silva (diogo.spinelli@usp.br)

Estagiário sob supervisão de Paula Bassi

Seção de Relações Institucionais e Comunicação

 

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