Corporeidade, saberes tradicionais e entendimento na pandemia

Diante das circunstâncias de isolamento social, muito tem se debatido sobre possíveis aprendizados e transformações advindas da pandemia. Em artigo para a revista Recherches et Education, as docentes Ana Zimmermann e Soraia Chung Saura propõem uma reflexão sobre o assunto a partir de saberes e conhecimentos de comunidades tradicionais que centralizam a corporeidade como forma de compreender o ser humano em relação de interdependência com o meio ambiente.


Foto: Liade Paula - Ministério da Cultura

As pesquisadoras se apoiam nessa visão para defender uma abordagem em relação à pandemia a partir da ética do cuidado e bem comum. Segundo o artigo, essa noção é amplamente desenvolvida nas culturas tradicionais e pode ser exemplificada pelo respeito irrestrito aos idosos.

“É fundamental aceitarmos nossa responsabilidade pelo cuidado com os outros e com o ambiente, compreendendo nosso pertencimento a esse sistema orgânico de inter-relações”, afirmam em sua conclusão do artigo. Dessa forma, enfatizam a importância de ações fundamentadas no conhecimento científico interdisciplinar aliado aos saberes tradicionais.

Reconhecendo o potencial pedagógico da crise, o texto aborda a necessidade de uma reflexão engajada que inclua diferentes noções de humanidade para a elaboração de protocolos mais abrangentes e sensíveis. “A forma como enfrentamos esse desafio indica como reconfiguramos a humanidade e como pensamos diferentes possibilidades de futuro”, afirma o texto.

O artigo foi publicado em número especial da publicação francesa sobre a pandemia. O acesso está disponível por meio do seguinte link: https://journals.openedition.org/rechercheseducations/8757

Uma versão em português pode ser acessada clicando aqui.

 

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