Estudo EEFE analisa instrumento de governança voltado a organizações esportivas brasileiras

Após os megaeventos esportivos sediados no Brasil no período 2007-2016, diversos fatores evidenciaram a situação de instabilidade e falta de estrutura consistente na gestão do esporte de alto rendimento no país. Diante dos desafios estruturais e organizacionais enfrentados pelas Confederações Olímpicas, foi criado o Rating Integra, a partir de uma iniciativa de atletas, patrocinadores e entidades gestoras. Trata-se de um instrumento de avaliação sobre as organizações esportivas, visando ao estímulo de boas práticas de governança, com transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa nos negócios.

Realização de grandes evento no Brasil evidenciou desafios gestão do esporte de alto rendimento. Foto: Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos 2016 - Fernando Frazão/Agência Brasil

Com o objetivo de analisar o impacto dessas práticas nas Confederações que adotaram o primeiro ciclo de avaliação do Rating Integra, foi feito um estudo na EEFE-USP por Rene Fender, orientado pela Profa. Dra. Flávia da Cunha Bastos. A pesquisa buscou avaliar o instrumento tanto pela análise da documentação quanto por entrevistas com gestores.
 

Pontos de Impacto da Ferramenta 

Como principais pontos de impacto sobre as Confederações notado pelo autor, observou-se que o Rating Integra auxilia na indicação da documentação necessária para que as entidades estarem de acordo com as boas práticas de governança, principalmente nas questões de anticorrupção, além de criar mais visibilidade das mesmas dentro do mercado. Como um todo, o instrumento padroniza aquilo que se espera de uma entidade com boas práticas, sendo uma certificação que comunica para o mercado que a mesma possui boa governança. 

Manual traz informações sobre a aplicação da ferramenta

Os gestores entrevistados concordam que “a relação de patrocínio não esteja ligada à governança, e sim está ligada às entregas de marketing”. Portanto, sem relação direta, sendo necessário um alinhamento estratégico comercial entre as duas organizações. Portanto, teoricamente estarem respaldadas com boas práticas de governança não vai garantir que acordos de patrocínios sejam firmados, sendo esse um papel pertinente principalmente aos departamentos de marketing das entidades.

Implicações teóricas e práticas do trabalho

Segundo Rene, o estudo compila um corpo de conhecimento sistematizado sobre teorias de governança, o que pode servir de ponto de partida para pesquisas futuras aplicadas à gestão de entidades de administração do esporte olímpico. 

Estudo pode servir de ponto de partida para pesquisas futuras aplicadas à gestão de entidades de administração do esporte olímpico. Foto: Cavalo Marinho.

“Como implicação prática, espera-se que os resultados contribuam para que essas entidades lidem de uma maneira mais aprofundada com esse instrumento de avaliação, principalmente dos pontos de relevância destacados pelo presente estudo. Da mesma forma, os resultados podem ser considerados para reflexão dos gestores do Rating Integra, para possíveis aprimoramentos do instrumento”, comenta o pesquisador sobre as implicações do estudo.

O trabalho, intitulado “Governança em Confederações Olímpicas brasileiras: impactos do primeiro ciclo de implementação do Rating Integra”, foi defendido este ano na EEFE como Dissertação de Mestrado, orientado pela Profa. Dra. Flávia da Cunha Bastos. A pesquisa pode ser acessada na íntegra no Banco de Teses da USP.  Saiba mais sobre o Rating Integra neste link.

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