Estudo realizado na EEFE demonstra que treinamento pliométrico, ou seja, com diferentes tipos de saltos, não altera a estratégia de prova utilizada, mas melhora o desempenho de corredores em provas de 10 km. A Tese de Doutorado defendida em 2014 por Everton Crivoi do Carmo, sob orientação do Prof. Dr. Valmor Tricoli, recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2015. O trabalho, intitulado “Efeito da economia de corrida sobre a estratégia de prova utilizada durante uma corrida de 10 km”, foi realizado entre os anos de 2010 a 2014.
Participaram do estudo 34 corredores do sexo masculino, todos com experiência na prova de 10 km e com capacidade de completá-la em menos de 45 minutos. Os voluntários foram divididos em dois grupos. Durante oito semanas, metade manteve sua rotina de treinamento (grupo controle) e a outra metade adicionou à sua rotina o treinamento pliométrico duas vezes por semana no Cepeusp.
Oito tipos de saltos foram aplicados nos corredores do último grupo: agachamento com salto, salto com afundo, saltos em progressão, saltos em progressão pernas alternadas, saltos em progressão com uma perna, saltos em profundidade, saltos sobre obstáculo e saltos sobre obstáculo com uma perna. Além disso, antes de cada sessão foi realizado aquecimento geral e específico para este tipo de treino.
Após as oito semanas, o pesquisador atestou que a aplicação do treinamento pliométrico melhorou a economia de corrida dos participantes, que representa a capacidade de correr em determinada velocidade com menor consumo de oxigênio. A economia de corrida tem sido atribuída como parte importante do sucesso de corredores africanos em provas de média e longa duração.
Segundo o pesquisador, o efeito benéfico do treinamento pliométrico sobre a economia de corrida pode ter ocorrido devido à melhora na capacidade dos atletas em utilizar a energia elástica potencial acumulada em músculos e tendões durante a fase de contato com o solo e utilizá-la como energia mecânica durante a fase concêntrica da corrida (quando há contração do músculo). Esse efeito é denominado ciclo alongamento-encurtamento.
A economia de corrida tem relação com a estratégia de prova utilizada pelo competidor, ou seja, os ajustes de velocidade realizados durante a corrida para terminar a prova no melhor tempo possível sem se fadigar prematuramente. Em geral, o atleta inicia a corrida com uma velocidade acima da média da competição para logo em seguida diminuir esse ritmo até os metros finais, quando aumenta novamente a velocidade.
A melhora da economia de corrida não alterou o padrão de estratégia de prova utilizada pelos atletas, mas ocasionou em maior velocidade dos corredores na segunda metade da prova (dos 5200m aos 9600m), aumentando seu desempenho em 1,6%.
O estudo obteve apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e da Capes. Em 2011, recebeu apoio financeiro do CNPq, Edital MCT/CNPq N 14/2011 Universal. Em 2012, Crivoi obteve o Young Investigator Award Travel Grant para apresentar seu estudo no 17th Congress of European College of Sport Science, em Bruges (Bélgica).